quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Esgueira: a vila que a cidade engoliu

Data de 1057 (Madaíl, 1959: 12) a menção mais antiga que conhecemos referida a Esgueira, a Isgueira dos séculos XI-XIII (idem, passim), ou a villa […] isgeira de 1103 (idem: 19), que apenas em 1309, numa carta de D. Dinis, nos aparecerá sob a forma "Esgueira" (idem: 115-116).
Actualmente integrada no núcleo urbano da cidade de Aveiro, e freguesia do respectivo município, Esgueira foi uma "vila" importante, e também concelho com a sua casa da câmara, juiz, vereação e pelourinho, pertencendo no cível ao Mosteiro de Lorvão e no crime à Coroa, de que só andou arredada aquando dos esbanjamentos do reinado de Afonso V.
Embora com pouca convicção, poderíamos explicar a milenária Esgueira a partir de uma villa Escaria, com base no antropónimo pré-celta ou celta *Escaris ou *Escaria, considerando que a epigrafia peninsular fornece os onomásticos pessoais Escus, Esca, encontrados em Yecla de Yeltes, na região de Salamanca, a sul do Douro (Morán, 1922: 42). Neste caso, fundaríamos os citados nomes supostos no facto de
en las lenguas célticas [...serem] abundantes las derivaciones con un elemento -r- […], ya unido directamente al radical, ya por medio de una vocal de unión. En ello coincide la onomástica lusitana […], donde también es frecuente la derivación con -r-. (Palomar Lapesa, 1957: 127)
Com a vogal de união -a- aparecem, nos antropó­nimos lusitanos, os sufixos -ara, -ari, -aria, -arion, -aris, -aron, -aros, -arus, -are (ibidem), o que poderia legitimar a suposição atrás esboçada.
Esgueira poderá ainda esconder um fitotopónimo formado do gótico azgó "freixo" (Carver, 1999), do germânico *ask "freixo" (Wahrig, 1984, col. 1187), com o sufixo latino -aria, já indicado nas primeiras conjecturas e integrado, desde cedo, nos falares góticos "para derivação de étimos locais" (Polenz, 1973: 34). A evolução azg- > esg- não constitui novidade, pois encontramo-la registada em palavras de origem latina (1), acontecendo o mesmo no próprio alemão (2). Neste caso, o significado de Esgueira seria "o lugar onde existem freixos", "freixal ou freixial" o que também é de aceitar, dado estarmos perante uma espécie arbórea que, em Portugal, é espontânea nas mar­gens de rios e ribeiros. O apelativo desta árvore continua hoje quase idêntico nas diferentes línguas germânicas, como decorre do alemão esche, inglês ash, dinamarquês ask (Beaumont, 2003a), sueco ask, aska (Beaumont, 2003d), islandês aska (Beaumont, 2003b), igualmente bem próximos do atrás referido gótico azgó (Carver, 1998).
Para esta última etimologia, a origem de Esgueira não poderia ser sueva, já que, neste caso, em vez do fonema oclusivo, k ou g, teríamos de encontrar uma fricativa ch, como no alemão esche, fenómeno que não teve lugar entre os germanos orientais, grupo que integrava os godos, mas não os suevos. Daí esta hipótese ter poucas pernas para andar, considerando que a casa dos godos andou afastada destas paragens, pois só em 585 houve integração do reino suevo no visigodo, concretizada essencialmente através da administração política, pois a sua minguada população, face à área total da Península, tornava a ocupação quase impossível. Na toponímia, a influência gótica far-se-á sentir quase exclusivamente a partir da sua antroponímia, quando esta, durante a Reconquista, assume foros de modismo nos territórios cristãos da Hispânia.
Outra possibilidade seria a identificação de Esgueira com um hidrotopónimo celta, derivado de esca "água" (Walter, 1996: 62), "vala, rego" (MacBain, 1982, s.v. easg), porventura surgido no período da romanização que lhe forneceu o sufixo latino -aria, "muito frequente para designar o sítio onde se encontra uma coisa" (Piel, 1989: 205). De *Iscaria/*Escaria teria resultado "Esgueira", por sonorização -c- > -g- (*Esgaria), atracção do -i- pela tónica -a- (*Esgaira) e evolução do ditongo ai > ei.

Guardámos para o fim uma outra interpretação, que nos parece muito de acordo com a topografia do local, mormente se recuarmos no tempo, quando a velha Ribeira de Esgueira, ainda não assoreada pelos fenómenos da formação lagunar, recebia as embarcações no seu porto natural e abrigado. A hipótese vamos buscá-la ao Nordeste da Hispânia, com um trajecto que poderá ser liguro-céltico, e escuda-se no vocabulário marítimo do catalão, onde podemos encontrar o apelativo
escar, com o significado de
Lloc a la vora del mar o d'un riu, disposat de manera que per un pla inclinat poden ésser avarades o retirades de l'aigua les embarcacions ["Local à beira do mar ou de um rio, disposto em plano inclinado, permitindo o lançamento ou retirada de embarcações da água"] (Gran diccionari de la llengua catalana).
Segundo o dicionário de catalão acima citado, donde retirámos esta hipótese, a voz escar proviria do italiano scaro, através do genovês antigo que, por sua vez, a teria recebido do grego eskhárion "grade". Quanto a nós, a voz céltica esca "água", de *iskâ "água", associada à sufixação -r- (ver supra), à passagem por Génova, em pleno centro do antigo território ligúrico, e ao significado do apelativo catalão, fortalecem melhor a origem líguro-celta que a grega. "Scaria", um topónimo que integra todos os fonemas de "Esgueira", nas margens do Lago Lugano, na Lombardia, um território devassado pelas vagas celtas que entraram na Itália entre 500 e 400 a.C., ocupando quase toda a região do Norte transalpino, onde se misturaram com os Lígures, pode constituir um exemplo desta interpretação (Hubert, 1988: 259-290).
Não esqueçamos que até mesmo Massília, a actual Marselha e principal colónia grega do Mediterrâneo Ocidental, estava encravada em pleno território ligúrico, que se estendia do rio Arno, na Itália, até ao Ródano, com presenças assinaladas a Norte do Ebro e nas ilhas de Elba e Córsega. No século III a.C., quando os Romanos os contactam pela primeira vez, já eles conviviam, desde há muito com os Celtas e, mesmo que fossem, como afirmavam os Latinos, "belicosos, intrépidos, tramposos, embusteros […] e comerciantes poco de fiar", não deixavam também de ser "marinos expertos" (Villar, 1996: 385).

Resta-nos uma observação necessária sobre uma pretensa interpretação deste topónimo, publicada no Boletim Municipal de Aveiro (Gaspar, 1995), onde encontramos um amálgama de incongruências, dificilmente aceitáveis em letra de forma. Sem que nos detenhamos nos erros, alguns crassos, e imprecisões históricas e conceptuais que ignoram, pelo menos, as investigações dos últimos cinquenta a cem anos, destacamos o facto de se pretender derivar o topónimo "Esgueira", sem apresentação de quaisquer fontes, do sânscrito "scar ou sgar", a que o autor chama "monossílabos" [sic] e a que atribui o significado de "zona rochosa no cimo de um outeiro", reforçando a afirmação com o exemplo do inglês scar a que atribui o significado de "parte rochosa e escarpada de uma montanha".
Mas o inglês scar, para além de "cicatriz", significa "uma área de um outeiro ou de uma escarpa onde há rochas nuas e ausência de vegetação", isto é, uma cicatriz no corpo de uma dada paisagem, o que aproxima semanticamente o segundo sentido do primeiro. Esta evolução semântica está também presente no islandês skor, "abertura ou fenda num despenhadeiro", e sker, "ilhéu rochoso", ou no dinamarquês skjaer que, para além de "penhasco ou falésia", também identifica "o aspecto da pele de um animal depois de tosquiado" (Kellerman, 1974: 856c).
Estes exemplos são suficientes para ilustrar a acepção da raiz indo-europeia *sker- (também *ker-), "cortar, dividir", donde deriva a raiz sânscrita krt "cortar, separar, dividir", que a linguística do século XIX representava por skar (Laurent; Hartmann, 1900: 406ss). Para pedra e colina pedregosa, o sânscrito tem, entre outros vocábulos, sila "pedra, rochedo" e saila (grafias simplificadas) "pedra, pedregoso, colina" (Huet, 2006: 350, 355).
E não viria mal ao mundo se as elucubrações do autor ficassem por aqui, mas a sua condição de membro preponderante da comissão municipal de toponímia permitiu-lhe confundir ou roubar o tempo dos vindouros, pois crismou oficialmente o sítio com um falso genérico: "Cidadela"!...
E porque o autor é, além de mais, académico correspondente da Academia Portuguesa de História, título a escudar autoridade na contracapa dos seus livros, não podemos deixar de comentar a passagem que a seguir transcrevemos:
"A própria palavra esgueira, em sentido comum, usava-se para o pagamento ao jornaleiro do dia de trabalho – pagamento esse que, em recuadas eras, não raro era feito com pedrinhas maiores ou menores, as moedas de então. Além disso, sem sair do nosso País, encontramos topónimos que terão a mesma origem, como Escarei (na Ribeira de Pena), Escarigo (em Figueira de Castelo Rodrigo), Escariz (em Arouca) e Isqueiro (em Caminha)."
Passando por alto o que respeita à ideia peregrina da moeda-pedra, pensamos que a voz "esgueira", dicionarizada como regionalismo, significando o "pagamento do dia de trabalho ao jornaleiro", e apresentada como um derivado regressivo de "esgueirar", a que é atribuída uma "origem obscura" (Costa; Melo, 1996), poderá corresponder a um substrato antiquíssimo, por certo pré-indo-europeu e, possivelmente, de origem semita. Com efeito, podemos obter resposta para todos os significados apontados para "esgueira" e "esgueirar", se recorrermos ao hebraico antigo e nos detivermos nas vozes skir "assalariado, jornaleiro", skr "alugar, assalariar", skr/sèkèr "salário" e sqr "enganar, ludibriar" (Espírito Santo, 1993a: 240 e 252).
Debrucemo-nos agora sobre os exemplos apontados, para apoiar a pretensa identificação de Esgueira como um litotopónimo. Começando por "Escarei", estamos perante um topónimo que identifica uma villa pertencente a um *Ascaredus, nome que se encontra no genitivo e que se explica pelo germânico *ask "freixo". Ainda hoje há muitas pessoas de apelido "Freixo", voz que também está presente na microtoponímia local. A primitiva villa Ascaredi passou a "Escarei" por uma evolução perfeitamente dentro das regras da formação do português: asc- > esc-, como em latim abscondere > asconder (português antigo) > "esconder", acompanhado da queda do -d- intervocálico (Piel, 1937: 90). O nome é formado de Asca- "freixo" + -redus, talvez do gótico ráuþs "vermelho, barulhento, ruidoso" (Carver, 1998), ou de *reths "conselho".
"Escarigo", que também está presente no distrito de Aveiro, em Oliveira de Azeméis, é um outro antropónimo germânico – Ascaricus –, nome derivado de Asca- "freixo" + -ricus, do gótico reiks
"poderoso" (Carver, 1998), "bastante frequente no onomástico medieval peninsular. Chamam-se assim um bispo de Palência (653) e outro de Braga (785)" (Piel, ibidem). "Escariz", de [villa] Ascarizi, é o genitivo ou patronímico do anterior (Piel, ibidem).
Quanto aos vários topónimos do Noroeste peninsular que nos aparecem sob as formas "Isqueiro" – dois em Caminha e dois em Barcelos –, "Esqueiro" – Famalicão e Oliveira de Azeméis e um microtopónimo em Eirol (Aveiro) –, "Esqueiros" – Vila Verde e Paços de Ferreira, para além das formas mais arcaicas de Escairo, no Minho e na Galiza, ou de outro Esqueiro no município de Cabanas, na Corunha, foram há muito estudados por Joseph Piel, que os relaciona com as vozes galaico-minhotas de "esqueiro" e "esqueira", abonadas, s.v. "esqueiro", por Cândido de Figueiredo para o Minho – "pequena escada de mão" – e por Valladares para a Galiza – "escalerilla manuable mas pequeña y ligera que la esqueira" (apud Piel, 1953: 154). Partindo destas definições, Piel funda-os etimologicamente no latim scala: *scal-ariu, -aria, donde deduz a sua formação no latim-hispânico do Noroeste peninsular e da Gália, já que integra, no mesmo todo, o português "escada", o asturiano escalada e o francês antigo echelée, que representam o derivado sufixal *scal-ata.
A proliferação desta voz, na toponímia galaico-minhota, pode identificar acidentes topográficos, designando povoados situados "no sopé de uma encosta íngreme, para onde levariam degraus" ou, noutra hipótese, se atribuirmos a "esqueiro" o significado de "grade", presente no francês antigo échalier, estaríamos perante lugares ou casais cuja denominação assentaria na existência dessas "armações, destinadas à conservação da palha (chamadas hoje cabanas ou barracas), e formadas de grades inclinadas" (Piel, 1953: 154-156).
Pessoalmente inclinamo-nos para a primeira hipótese, pois a segunda não oferece qualquer credibilidade na formação toponímica, mas, pelo menos nalguns casos, não afastamos a possibilidade de estarmos perante derivados do céltico esc/isc "água, rio" + ‑eiro(a), sufixo nominal (do latim -ariu-, -aria-) que transporta a noção colectiva. Nesta probabilidade, poderíamos juntar a estes topónimos o de "Íscar", vila da província de Valhadolid, nas proximidades dos rios Pirón e Cega.
Quanto à instabilidade i/e do fonema inicial, também presente em Aveiro, onde tanto se pronuncia "Esgueira" como "Isgueira", corresponde a um fenómeno detectável na toponímia do Noroeste, com especial relevância na Galiza. No caso concreto de "Esgueira", como vimos atrás, o primeiro registo escrito conhecido com E- em vez de I- apenas ocorre em 1309. O fenómeno parece dever-se
a las características del vocalismo gallego, que como se sabe, no es tan sencillo y definido como el castellano ni tan complicado y vario como el portugués […]. Todo ello se manifiesta […] en los topónimos y en especial en los rurales y pegados al suelo, como parte que son de la lengua vulgar y a la vez quizá por estar menos familiarizados con la escritura. Y se manifiesta en una serie de alternancias o variaciones de algunas vocales, principalmente entre a/e, e/i y o/u átonas […] (Moralejo Lasso, 1977: 304-305).
Mas também poderá ter origem no superstrato germânico, sujeito à chamada "quebra vocálica" em e/i e o/u, sempre que na sílaba seguinte havia a, e, o (Polenz, 1973: 27).

Notas
(1) Ex.: Latim abscondere > português-antigo "asconder" > português "esconder" (Piel, 1937-: 90); (vd. também Huber, 1986: 277, § 438).
(2) Velho-alto-alemão ask > alemão esche (Wahrig, 1984: col. 1187).

Bibliografia
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2 comentários:

O disse...

http://remoido.blogspot.com.es/2010/05/eu.html?zx=f233e49200058e6b

O disse...

A intenção era colocar aqui a possível origem dos topônimos de raiz esc-/isc-, mas algo foi que apenas saiu o link do blogue.
Esc-, Isc- podem ter uma origem céltica, pois nessas línguas o pê inicial cai: (P)isc- / (P)esc- seriam então as raízes indo-europeias, que relacionam ESC- com o peixe, o pescado.
Assim nos falares galegos e asturianos, esguinho e esguim som nomes para a cria do salmão, nomes diminutivos, provenientes hipoteticamente do atual isco, (engodo), mas que pode ser nome perdido da comida principal doutro tempo o salmão atlântico.
IASC gaélico é palavra para represa para (p)esqueira.
ESCA é latina para denominar a comida.
Todo este vocabulário, junto com escalo, escacho (peixes), orientam a raiz para um tempo passado de (p)esqueiras mais abundantes, onde o peixe era a "ISCA" comida principal, apenas agora pisco, pedacinho.
Obrigado.