
«Domna Aldara petri et donus Aprilís petri Judicibus et Concilio de Aaueyro salutem et mandatum nostrum facere. Sapíatís quod nos dedímus et concedímus Abbatj et ffratribus sancti Johannis de Tarouca quicquid habemus uel habere debemus ín Ecclesia sanctj Michael de Aaueyro pró amore dej et saluatione anímarum nostrarum et parentum nostrorum. et mandamus uobis firmiter et etiam rogamus quod intregetis ffratríbus sancti Johannis predictam Ecclesiam et ipsi uobiscum comendabunt eam Alicuj Cleríco. quj benefacíat in ea secundum deum et secundum bonam consuetudínem terre. Si uos non uolueritis facere quod nos mandamus et rogamus magnam Rancuram habebímus de uobis quía uidebitur quod uultís nos exheredare de Ecclesia nostra. et nos non sustinebímus. quía si alíquis Clericus receperit eam de manu uestra. síne consensu predíctorum ffratrum sanctj Johannis expellemus eum ab Ecclesia et de tota Villa. et quicquid eíus inuenerimus ín tota Villa, capíemus et uobis si ausi fueritís talia facere, ínferemus uobis magna grauamina. et non sustinebímus quod factum uestrum aliquomodo stet uel ualeat unquam. Et mandamus istj hominj nostro. S. nomine. latorí presentíum. quod statím recipíat Ecclesiam et Claues Ecclesie et integret eas ffratribus sanctj Johannis. et ipsi dent cuj uoluerint. et si aliquis eos impedierít de nostris hominibus uel grauamen aliquod fratribus fecerit, sít pró inimíco nostro et incoctamus ei totam villam nostram ut pectet nobis. Centum. morabitinos. si ibi inuentus fuerit de cetero.»
«Dona Aldara Peres e D. Abril Peres, aos juízes e ao concelho de Aveiro, saúde e que cumpram as nossas instruções. Sabei que nós demos e concedemos ao abade e frades de S. João de Tarouca tudo o que temos ou devemos ter na igreja de S. Miguel de Aveiro, por amor de Deus e salvação das nossas almas e de nossos pais. E ordenamo-vos firmemente, e também pedimos, que entregueis a dita igreja aos frades de S. João, e convosco eles próprios a confiarão a um clérigo que nela faça bom serviço, segundo Deus e segundo o bom costume da terra. Se vós não quiserdes fazer o que nós mandamos, teremos grande rancor de vós, porque parecerá que quereis deserdar-nos da nossa igreja, o que não permitiremos, porque se algum clérigo [a] receber da vossa mão, sem autorização dos referidos frades de S. João, expulsá-lo-emos da igreja e da vila inteira, e tomaremos tudo o que dele encontrarmos. E a vós, se ousardes fazer tais coisas, infligir-vos-emos grandes opressões e não permitiremos, de qualquer forma, que a vossa acção se mantenha ou tenha força em qualquer momento. E ordenamos a esse nosso homem, isto é, ao procurador, que, em nome dos presentes, receba imediatamente a igreja e as [respectivas] chaves, e as entregue aos frades de S. João, que as entregarão a quem quiserem. E se algum dos nossos homens os impedir ou exercer alguma opressão contra os frades, que seja [considerado] nosso inimigo e atormentá-lo-emos por toda a nossa vila, se ele aí for encontrado, para que nos pague cem morabitinos.»
MADAÍL, António Gomes da Rocha, ed. e org. (1959) — Milenário de Aveiro: Colectânea de Documentos Históricos. Vol. 1 – 959-1516. Aveiro: Câmara Municipal de Aveiro.
Sem comentários:
Enviar um comentário